22 de agosto de 2009

Reflexão sobre Folclore


***Ao resgatarmos brinquedos, brincadeiras, cantigas, parlendas, lendas e mitos, e possibilitarmos que nossos alunos compartilhem a riqueza de nosso folclore que traz consigo influências africanas, indígenas e também de muitos de nossos colonizadores, estamos contribuindo para manter viva nossa História e Cultura.

Os trechos a seguir retirados do especial da Revista Nova Escola http://revistaescola.abril.com.br/folclore/, nos ajudam a refletir sobre o tema e nossa prática.


Em geral tratado de forma preconceituosa ou limitada, o folclore é uma área de saberes e expressões que merece muito mais reflexão na hora de ser abordado na escola.
No calendário, o folclore tem data marcada para ser lembrado: dia 22 de agosto. E na vida das pessoas, quando ele acontece? Ter clareza sobre essa questão é o primeiro passo para trabalhar na escola as manifestações e a importância da cultura popular tradicional.
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O folclore diz respeito à vida de cada um de nós, já que pertencemos a grupos sociais que levam adiante costumes, saberes e valores.
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Da mais simples receita culinária ao mais complexo ritual de casamento, tudo é compartilhado por um grupo e levado adiante com o passar do tempo e das gerações. Isso acontece somente por uma razão: essas tradições continuam a fazer sentido, inclusive para os mais jovens.

O folclore – ou cultura popular tradicional . São saberes que alcançam todas as expressões, conhecimentos e costumes dos grupos humanos, desde que tenham algumas características. Eles devem: 1) ser de domínio e prática coletiva, 2) transmitir-se no convívio social geralmente por meios não-formais de ensino e aprendizagem (eventualmente transformando-se nesse processo), 3) ter presença ao longo de um período histórico e chegar aos dias atuais. Algumas práticas podem ser restritas a um âmbito local ou regional, mas outras podem ser quase universais, difundindo-se por um amplo território ou aparecendo concomitantemente em mais de uma localidade. A cerâmica, por exemplo – que é o uso do barro para o artesanato utilitário – aparece em um número enorme de grupos sociais. Nas diferentes comunidades, há particularidades na técnica de manuseio do barro e na sua transformação em cerâmica, mas, de maneira geral, o processo é semelhante.
A cultura popular deve ser reconhecida pela escola, trazida para as discussões em sala de aula e considerada em práticas como a merenda e as reuniões de pais. As mais diversas expressões folclóricas se manifestam no ambiente escolar, mas passam despercebidas ou são até mesmo desaprovadas nesse contexto. Brincadeiras (amarelinha, brincadeira de taco, pega-pega, etc.), hábitos de alimentação (comer manga com feijão, farinha em todas as refeições, misturas de diferentes tipos de ingredientes em um só prato) e datas comemorativas: tudo isso está presente na vida das crianças e é, direta ou indiretamente, incorporado ao ambiente escolar. Considerar os saberes que as crianças trazem de seus contextos culturais pode levantar diversos elementos do folclore. Um aspecto importante é valorizar esse conjunto de expressões e saberes, e não tratá-los como “crendices” a serem abandonadas. Além disso, a escola pode propor projetos voltados para o estudo de diferentes aspectos das culturas populares. Quando se pensa nisso como algo presente na vida de todos nós, não se corre o risco de tratar outros costumes e expressões culturais como algo exótico e distanciado da realidade.
O folclore não faz parte do universo cultural dos alunos. Da forma como o folclore é muitas vezes tratado hoje nas escolas – limitado à menção de personagens como Saci Pererê ou Curupira – talvez não se relacione ao universo cultural dos alunos. Mas, como já citado, o folclore faz parte da vida de qualquer pessoa, nem é preciso dizer que se interessar por ele é uma forma de conhecer melhor as crianças, seus familiares e a comunidade.
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